8 de fevereiro de 2025

O Brasileiro e o Café de Luxo

João acordou cedo, com aquele cheirinho de café que sua vizinha, Dona Maria, fazia questão de passar todos os dias. Mas ao olhar o armário… nada. O pacotinho de café sumiu. Ou melhor, não sumiu… ele apenas custava agora o mesmo que uma parcela do carro.

Respirando fundo, João pegou sua carteira. Abriu. Vazia. Igual à esperança de um boleto ser pago sozinho. “Beleza, vamos lá”, pensou ele, com a fé de quem joga na Mega-Sena sem nunca ganhar.

Chegando ao mercado, avistou o café no topo da prateleira. “R$ 40,00”. Suou frio. “Isso aqui é café ou financiamento de imóvel?”. Do lado, uma vovó encarava o preço com a mesma cara de quem descobriu que o bisneto virou coach.

No caixa, o atendente perguntou:
— CPF na nota?
— Não, coloca no carnê, vou parcelar essa riqueza aqui.

Saiu do mercado segurando o café como se fosse um prêmio. Em casa, tomou cada gole como quem degusta um vinho raro. Afinal, em 2025, ter café em casa era sinônimo de sucesso.

Moral da história? Quem faz questão é professor, quem compra café à vista é milionário.

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