21 de novembro de 2025

Pequeno Agricultor de São José do Turvo Apela por Financiamento Rural para Evitar Êxodo Rural 

João Tadeu Enfrenta Desafios de Documentação e Burocracia no Acesso a Crédito Governamental, Destacando Programas como Pronaf e Plano Safra 2025/2026

 Em um vídeo gravado em 12 de novembro de 2025, o pequeno agricultor rural João Tadeu, proprietário do Sítio Santa Rita, localizado no distrito de São José do Turvo, em Barra do Piraí, no estado do Rio de Janeiro, fez um apelo emocionado por apoio financeiro governamental. Com uma plantação de milho que estima render cerca de 600 toneladas nesta safra, possivelmente complementada por uma safrinha, Tadeu destacou as dificuldades enfrentadas por produtores como ele na zona rural, onde a falta de documentação e conhecimento impede o acesso a financiamentos essenciais para a sustentabilidade da atividade agrícola. 

No registro, Tadeu expressou gratidão à Emater-Rio (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio de Janeiro), ao Sindicato Rural local e a profissionais como Tiago, da Emater, e Francisco Barbosa Leite, conhecido como “Chico Leite”, presidente do sindicato. Ele mencionou ainda o apoio de Felipe, funcionário da Secretaria de Agricultura, que auxiliou na elaboração do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e na preparação de um projeto de financiamento bancário. “A gente tocando sozinho, o produtor, se não tiver uma ajuda do banco que possa custear, fica muito difícil”, afirmou Tadeu, enfatizando a boa vontade das instituições, apesar das limitações. 

De acordo com pesquisas em literatura especializada, como o relatório do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre crédito rural na América Latina e no Brasil, os pequenos produtores enfrentam barreiras significativas no acesso a recursos financeiros, incluindo burocracia excessiva, variações nas taxas de juros e desigualdades que favorecem grandes produtores. Um estudo publicado na Revista BNDES em 2016, atualizado em contextos recentes, aponta que a escassez de documentação, como o CAR, é um obstáculo recorrente, levando a uma subutilização de programas governamentais. No Plano Safra 2025/2026, lançado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), foram priorizados financiamentos para a produção de alimentos e transição agroecológica, com R$ 1 bilhão alocados ao Programa AgroAmigo em parceria com a Caixa, oferecendo juros de 0,5% ao ano e prazos de até 36 meses. O Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), transformado em lei em outubro de 2025, destina linhas de crédito subsidiadas para agricultores familiares, com foco em investimentos em estrutura produtiva, mas apenas 75% das cooperativas com ROB anual de até R$ 10 milhões conseguem enquadramento pleno. 

Tadeu alertou para o impacto social dessas barreiras: “Aqui na zona rural de São José do Turvo, são poucos projetos que têm sido feitos devido à documentação. O dinheiro do governo vem, mas a falta de conhecimento não deixa os pequenos produtores rurais terem acesso”. Ele observou que isso contribui para a migração para as cidades e o abandono das áreas rurais, agravando problemas como a insegurança alimentar e o desemprego. Relatórios da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) corroboram essa visão, indicando que, sem acesso facilitado ao crédito, a agricultura familiar – responsável por 70% dos alimentos consumidos no Brasil – pode declinar, com desafios como juros elevados e delays em aprovações persistindo na safra 2025. 

Instituições como a Emater-Rio e sindicatos rurais têm sido cruciais no apoio técnico, orientando na elaboração de projetos e no enquadramento em programas como o Pronaf Mais Alimentos, oferecido pelo Banco do Brasil e BNDES, que permite investimentos em mecanização e redução de custos. Em contextos semelhantes em Minas Gerais, vizinho ao Rio de Janeiro, a Emater-MG tem promovido plataformas de vendas on-line e cooperativas para viabilizar negócios de pequenos produtores, modelo que poderia ser replicado em São José do Turvo. Tadeu finalizou seu apelo agradecendo a Deus e ao público, pedindo que o vídeo chegue às autoridades estaduais e federais para impulsionar ações na Secretaria de Agricultura. 

Especialistas recomendam que produtores busquem assistência técnica gratuita para superar esses entraves, com o governo federal anunciando simplificações no crédito rural via Comissão de Agricultura da Câmara, visando inclusão produtiva e sustentabilidade. Para João Tadeu e outros em situações semelhantes, o acesso a esses recursos pode ser o diferencial entre a permanência no campo e o êxodo urbano. 

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