
Especialistas alertam para casos extremos no RJ e em Brasília e cobram pacto nacional entre família, escola e Estado para proteger crianças e adolescentes do uso nocivo da internet

Brasília, 19 de novembro de 2025 – 11h00 “Os jogos online prenderam meu filho virtualmente em seu quarto e não sei como libertá-lo… E agora?”. A frase, que abriu o Painel 01 – Vícios em Games realizado neste domingo, resume o drama vivido por milhares de famílias brasileiras. A Ex-Subsecretária de Prevenção à Dependência Química do Estado do Rio de Janeiro. e com quase 40 anos de atuação na defesa da infância, Mariléia de Paula fez um apelo contundente: “Precisamos de um pacto pela infância. É dever da família, da escola, da sociedade e do Estado proteger nossas crianças”.
Durante o evento, Mariléia – que já foi subsecretária de Prevenção à Dependência Química no Rio de Janeiro – destacou como jogos eletrônicos e redes sociais têm transformado quartos em verdadeiras prisões digitais. “A criança fica isolada, agressiva, com queda no rendimento escolar e, em casos extremos, pode desenvolver comportamentos violentos influenciados por conteúdos inadequados”, afirmou.

Caso de Itaperuna (RJ): jogo de terror e namorada virtual teriam motivado triplo assassinato
Um dos exemplos mais chocantes citados foi o crime ocorrido em Itaperuna, noroeste do Rio de Janeiro, em que um adolescente de 14 anos matou os pais e o irmão de 8 anos a tiros. Investigação da Polícia Civil aponta que o jovem planejou o crime inspirado em um jogo digital de terror psicológico e incentivado por uma suposta namorada virtual. O caso reacende o debate sobre classificação etária, responsabilidade das plataformas e monitoramento parental.
56 mortes em 12 anos: desafios virtuais matam crianças no Brasil
Outro alerta grave veio do levantamento apresentado pela psicóloga Fabiana Vasconcelos, do Instituto DimiCuida: pelo menos 56 crianças e adolescentes morreram no país nos últimos 12 anos vítimas de desafios perigosos disseminados nas redes. Só em 2025, duas meninas perderam a vida por inalar desodorante aerosol – Sarah Raíssa de Castro, 8 anos, em Brasília (DF), e outra de 11 anos em Pernambuco.

O que pais e escolas podem fazer agora
Especialistas reunidos no painel listaram sinais de alerta que merecem atenção imediata:
- Isolamento prolongado no quarto
- Agressividade ou mudanças bruscas de humor
- Queda no desempenho escolar
- Sono irregular e alimentação desregrada
- Gastos excessivos com itens virtuais
Entre as recomendações: estabelecer horários rígidos de uso, utilizar controles parentais nativos dos consoles e celulares, incentivar atividades offline e, em casos graves, buscar ajuda profissional em CAPS Infantojuvenil ou clínicas especializadas em dependência digital.
“Proteger a infância é dever de todos nós! Começando dentro de casa, com diálogo, presença e limites claros. O Estado faz a proteção por meio de leis e políticas públicas efetivas”, finalizou Mariléia de Paula, arrancando aplausos da plateia.
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Ronaldo José
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