
O cantor e compositor mineiro Lô Borges, um dos fundadores do movimento Clube da Esquina e ícone da Música Popular Brasileira, faleceu no domingo (2), aos 73 anos. Ele estava internado em Belo Horizonte desde outubro, tratando de um quadro de intoxicação medicamentosa. Autor de clássicos atemporais, Lô deixa um legado essencial e inestimável para a cultura brasileira.
Trajetória Musical e o Clube da Esquina
Nascido Salomão Borges Filho em 10 de janeiro de 1952, em Belo Horizonte, Lô Borges foi um dos pilares de um dos movimentos mais criativos da música brasileira. O Clube da Esquina nasceu da convivência e das intensas jam sessions entre Lô, seus irmãos (como Márcio Borges) e Milton Nascimento, no encontro das ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro Santa Tereza.
Sua carreira decolou de forma espetacular em 1972, quando, aos 20 anos, dividiu com Milton Nascimento a autoria do lendário álbum duplo “Clube da Esquina”. Esse trabalho, hoje considerado um dos maiores discos da história da música brasileira, fundia influências de MPB, rock, jazz e música psicodélica, criando uma sonoridade única e atemporal. Ainda em 1972, Lô lançou seu aclamado primeiro trabalho solo, popularmente conhecido como “Disco do Tênis” devido à foto na capa.
Composições e Legado
Lô Borges era um compositor de sensibilidade rara, cujas canções se tornaram standards da MPB e foram gravadas por alguns dos maiores nomes da música, como Tom Jobim, Elis Regina e o próprio Milton Nascimento.
- “O Trem Azul”: Uma de suas canções mais célebres, que recentemente ganhou o mundo ao integrar a trilha sonora da série “Station Eleven” da HBO Max.
- “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”: Composição em parceria com Milton Nascimento.
- “Paisagem da Janela”: Outro clássico de sua autoria.
- “Tudo Que Você Podia Ser” e “Nada Será Como Antes”: Também em parceria com Milton Nascimento.
Sua carreira foi marcada por uma produção constante e pela busca de novas parcerias. Nos últimos anos, lançou uma série de álbuns aclamados, como “Dínamo” (2020) e “Não Me Espere na Estação” (2023), este último indicado ao Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa. Seu trabalho mais recente, o álbum “Tobogã”, com letras da poeta Manuela Costa, foi lançado em agosto de 2024.
Internação e Falecimento
Lô Borges foi internado no dia 17 de outubro de 2025, após sofrer uma intoxicação medicamentosa. Nos dias seguintes, seu estado de saúde se agravou, exigindo procedimentos como uma traqueostomia e, posteriormente, hemodiálise, mantendo-o na UTI em ventilação mecânica.
A intoxicação medicamentosa é um quadro de saúde grave que, de acordo com especialistas, pode evoluir de maneira rápida e crítica, podendo afetar funções vitais como a respiração e os rins. O artista não resistiu às complicações e veio a falecer em 2 de novembro de 2025.
Um Ícone Eterno
Lô Borges foi muito mais do que um grande compositor e cantor; ele foi uma parte fundamental do coração da música brasileira. Sua obra, caracterizada por uma profunda poesia e uma inventividade melódica e harmônica singular, continua a inspirar e emocionar novas gerações. Sua partida é uma perda irreparável, mas seu legado brilhará para sempre como um dos mais altos e puros da nossa cultura.
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WESCLER CODY
Jornalista e Radialista, amante da informação e da comunicação, focado em levar de forma rápida e precisa a notícia sem viés político e totalmente imparcial.
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