Estudo da Gallup aponta que apenas 23% dos funcionários estão engajados, gerando prejuízos de R$ 48 bilhões
O cenário atual do engajamento dos funcionários em âmbito global é motivo de preocupação e reflexão para líderes e gestores em todas as esferas organizacionais. Com base nos dados mais recentes da pesquisa “State of the Global Workplace”, conduzida pela consultoria Gallup, o engajamento dos colaboradores estagnou em 2023, permanecendo em um modesto 23%.
Esse cenário é acompanhado por uma maioria expressiva de trabalhadores que não se sentem envolvidos em suas atividades diárias, representando 62% do total, enquanto outros 15% estão ativamente desengajados.
Impacto Econômico Alarmante
O relatório indica que a falta de engajamento dos funcionários não é uma mera inconveniência, mas sim uma perda significativa para a economia global. Estima-se que essa lacuna represente cerca de R$ 48 bilhões em prejuízos, o equivalente a 9% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Luciana Lima, professora do Insper e especialista em liderança e gestão de pessoas, afirma: “O baixo envolvimento dos funcionários é um problema complexo que requer uma abordagem multidisciplinar por parte das empresas”. Essa falta de engajamento não é apenas uma questão interna; seus impactos são tangíveis e têm repercussões econômicas substanciais, como revela a pesquisa.
Solidão no Ambiente de Trabalho
O estudo ainda aponta para outra questão delicada: a solidão no ambiente de trabalho. Cerca de um em cada cinco funcionários relatou sentir-se solitário, sendo que essa condição é mais prevalente entre pessoas com menos de 35 anos e trabalhadores remotos.
“A solidão crônica pode ter sérios impactos na saúde mental e no desempenho dos colaboradores. Portanto, é fundamental que as empresas adotem medidas para promover a conexão e o apoio entre os membros da equipe”, alerta Lima.
Estresse e Emoções Negativas
A Gallup aponta ainda que colaboradores descontentes com suas ocupações são propensos a experimentar níveis elevados de estresse diário, juntamente com uma série de outras emoções negativas. “Embora nem todos os problemas de saúde mental estejam diretamente ligados ao ambiente de trabalho, ele é um fator nas avaliações da qualidade de vida e nas emoções cotidianas”, observa a especialista.
O Papel Crucial dos Gestores
Outro aspecto destacado pela consultoria é a influência dos gestores no engajamento dos funcionários. Quando os líderes demonstram engajamento, os colaboradores têm mais probabilidade de se envolverem em suas atividades. “Isso ressalta a importância das empresas terem líderes capacitados, empenhados e bem formados que estejam comprometidos com o bem-estar geral do negócio e da equipe”, observa Lima.
Conclusão
Compreender as causas e os impactos desse baixo engajamento é fundamental para promover mudanças significativas e construir ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos. “É urgente que as organizações se atentem para esses fatores, não apenas para garantir a longevidade e o sucesso do negócio, mas também para promover o bem-estar e satisfação dos próprios colaboradores”, conclui a especialista em Liderança e Gestão de Pessoas do Insper.
Sobre Luciana Lima:
Doutora pela USP e mestre pela FGV em Administração e professora do Insper nas disciplinas de Gestão de Pessoas e Liderança. Autora de dois livros (HR Business Partner e Estratégia de Pessoas nos BRICS) e mais de 15 artigos científicos, sendo inclusive um deles premiado no SEMEAD/2017 e com menção honrosa pelo British Academy of Management/2019.
Créditos da Matéria: Gabrieli Albuquerque
galbuquerque@maximasp.com.br
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WESCLER CODY
Jornalista e Radialista, amante da informação e da comunicação, focado em levar de forma rápida e precisa a notícia sem viés político e totalmente imparcial.
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