
Hoje, 21 de março, o mundo celebra o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, uma data de extrema relevância histórica e social, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU). A escolha desta data não foi ao acaso: em 1960, o Massacre de Sharpeville, ocorrido na África do Sul, marcou para sempre a luta contra o apartheid e a repressão violenta de manifestações pacíficas pela liberdade. Naquele dia, 69 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas ao protestarem contra leis segregacionistas. O horror desse evento impulsionou a comunidade internacional a reforçar a luta contra o racismo em todas as suas formas.
Entretanto, passadas décadas desde esse marco, o racismo estrutural ainda persiste, manifestando-se nas desigualdades sociais, na violência racial e na falta de representação da população negra em espaços de poder e decisão. Em um momento em que o Brasil enfrenta desafios significativos na promoção da igualdade racial, é fundamental que entidades e instituições se posicionem ativamente, promovendo o debate e impulsionando a conscientização.

Porém, em Barra do Piraí, a inércia da ACEPIR (Associação Cultural e Educacional de Promoção da Igualdade Racial) levanta questionamentos importantes. Como uma entidade que deveria estar na linha de frente do combate à discriminação racial, sua ausência de iniciativas nesse dia simbólico preocupa. A falta de ações efetivas pode ser interpretada como um retrocesso na luta pela valorização da história e cultura negra, além de um sinal de descompromisso com uma das principais causas sociais de nosso tempo.
Barra do Piraí tem uma rica trajetória construída pelo povo negro, e ignorar essa contribuição é virar as costas para a própria história da cidade. É necessário que este 21 de março seja mais do que uma data no calendário; deve ser um momento de ação, de reconhecimento e de compromisso real. As autoridades locais, instituições e a própria sociedade civil precisam cobrar e promover iniciativas que fortaleçam o combate ao racismo e a valorização da identidade negra.
Que este dia seja de celebração, sim, mas também de cobrança e reflexão. A luta contra a discriminação racial é um compromisso de todos, e silenciar diante dessa causa é compactuar com as desigualdades. O futuro de Barra do Piraí deve ser de respeito, reconhecimento e inclusão, garantindo que a história do povo negro seja sempre lembrada e celebrada, e nunca esquecida.
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Ronaldo José
Como jornalista, minha paixão pela informação e comunicação moldou minha trajetória profissional. Dedico-me ardentemente a levar notícias de forma ágil e precisa, sem comprometer a imparcialidade.
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