
Uma megaoperação policial no Rio de Janeiro terminou com um saldo estarrecedor: 119 mortos (número oficial), mais de 135 em contagens extraoficiais e 81 presos. Esses dados, frios e impactantes, mal arranham a superfície da tragédia humana que se instalou nos complexos do Alemão e da Penha. O que se desenrola no Rio não é apenas uma “operação”, mas sim a materialização de um Estado que falha em sua missão mais essencial: proteger a vida e tratar a vulnerabilidade com humanidade.
A Frieza dos Números e a Tragédia Invisível
No calor do confronto e na ânsia por apresentar resultados, o discurso oficial se apressa em classificar os mortos como “criminosos”. Mas a realidade, vista através das lágrimas das famílias e das imagens de corpos expostos, é mais complexa e dolorosa.
- Vidas Perdidas: Seriam todos os 64 mortos realmente bandidos perigosos e irrecuperáveis?
- A Questão da Dependência: Quantos ali eram, na verdade, pessoas presas no ciclo vicioso da dependência química, que precisavam de tratamento de saúde pública e amparo social, e não de tiros?
- O Rosto da Dor: As famílias que choram e recolhem corpos nas ruas são o retrato de uma comunidade marcada pela violência e pela ausência de políticas públicas efetivas.
O Portal Nossa Região reitera seu compromisso com a verdade e com a sociedade, posicionado fora do espectro político tradicional – não somos direita, esquerda, centro ou extremistas. Somos uma voz cansada de ver o errado sendo tratado como certo. E o errado, neste caso, é a violência institucionalizada como principal resposta a problemas sociais profundos.
Homenagens aos policiais que deram sua vida

Hoje rendemos nossas homenagens aos bravos policiais que perderam suas vidas em serviço, cumprindo com honra e coragem a missão de proteger a população carioca. Homens e mulheres que, mesmo diante do perigo, não hesitaram em agir para garantir a segurança de todos. A megaoperação que ceifou tantas vidas deixa uma marca de dor, mas também de respeito e gratidão eterna por esses heróis que tombaram em defesa do bem. Que Deus conforte suas famílias e que o sacrifício de cada um jamais seja esquecido.
Falta de Humanidade: A Crônica de uma Guerra Perdida

A dependência química e a miséria social são faces de um problema de saúde pública e desenvolvimento humano. Tratá-los como um “inimigo a ser abatido” em uma guerra sangrenta é um erro estratégico e, sobretudo, ético.
“As imagens de corpos jogados nas ruas e o choro das famílias são o retrato de um Estado que perdeu a sensibilidade. A dependência química é um problema de saúde pública, não um inimigo a ser abatido.”

Faltou empatia. Faltou humanidade. E sobrou dor. A letalidade recorde desta operação, superando outros massacres recentes, deve servir como um marco sombrio e um alerta urgente.
Que o custo de cada uma dessas vidas perdidas — sejam elas de civis, traficantes ou policiais — force o poder público a uma profunda reflexão e a uma mudança radical de abordagem. É imperativo que se olhe para as pessoas com mais compaixão e menos violência. A segurança pública eficaz não se constrói apenas com blindados e fuzis, mas com inteligência, justiça social e, acima de tudo, respeito inegociável à dignidade humana.
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Ronaldo José
Como jornalista, minha paixão pela informação e comunicação moldou minha trajetória profissional. Dedico-me ardentemente a levar notícias de forma ágil e precisa, sem comprometer a imparcialidade.
Ronaldo José-JORNALISTA:
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