Carlos entrou no mercado decidido: hoje ia comer bem. Pegou um carrinho, passou pela seção de carnes e… desistiu. Frango? Impossível. Carne vermelha? Nem em sonho. “Vou de ovo mesmo”, pensou, com a dignidade de quem sabe que ainda dá pra fazer um mexido honesto.
Chegou na prateleira e, ao ver o preço, quase caiu duro. Uma dúzia de ovos custava mais que um almoço em restaurante popular. Olhou para os lados, na esperança de ter lido errado, mas uma senhora ao lado dele também estava em choque:
— Moço… o senhor também acha que isso aqui tá errado?
— Senhora, por esse valor eu espero que o ovo venha com a galinha junto pra botar mais uns três.
Ela riu, nervosa. Carlos pegou a bandeja como se fosse um artefato valioso. Saiu do mercado segurando os ovos com mais cuidado do que já segurou qualquer coisa na vida.
No ônibus de volta pra casa, um rapaz com um tênis caro olhou para a sacola de mercado e comentou:
— Tá podendo, hein, chefia!
Carlos sorriu de canto. Sim, ele estava.
Moral da história? Em 2025, ostentação não é ter carro de luxo. É fazer omelete sem dó de quebrar os ovos.