Barra Mansa, RJ – Em um cenário musical onde o brilho efêmero e o sonho do estrelato nacional frequentemente ofuscam caminhos sólidos, a dupla Jô e Samuel ergue, há 28 anos, um monumento à perseverança, ao trabalho regional e, acima de tudo, ao poder indestrutível do laço familiar. Sua história, narrada com emoção e humildade pelos próprios artistas, é um testemunho raro de longevidade e valores firmes.
Tudo começou literalmente “do zero, sem nada”. Um recorte de jornal, guardado como relíquia há 27 anos, é a testemunha muda dos primeiros passos. Ao longo de quase três décadas, a dupla acumulou o que chamam de “marcas incríveis” – conquistas que, destacam com orgulho, foram alcançadas firmados como artistas regionais, sem a necessidade de atravessar o portal do sucesso nacional.
“Coisas que fizemos lá atrás e fazemos até hoje, que nenhum artista regional neste cenário de agora, muito dificilmente irá conquistar se não fizer sucesso nacional”, afirmam. Esse feito, construído tijolo a tijolo no calor das plateias locais e na dedicação diária, é uma fonte de imenso orgulho, ainda que escolham não ostentá-lo. Preferem a discrição: “não somos pessoas de mostrar, ostentar ou se vangloriar”. E, em um comentário que revela uma visão madura e por vezes desiludida do meio, acrescentam: “a maioria das pessoas não tem ideia do tamanho dessa dupla, e irão ficar sem saber kkkk pois conquistas hoje em dia, traz inveja, maldade, e energias ruins, então ficará em segredo.”
A verdadeira força por trás dessa jornada excepcional, porém, não está apenas nas conquistas profissionais. Está cimentada em um vínculo inquebrantável: o de sangue e família. Jô (Josué) e Samuel são irmãos, sobreviventes de uma história familiar marcada pela perda. “Éramos pra ser 7 irmãos, mais só restou nos dois, irmãos de sangue, Josué e Samuel.” Essa fraternidade transcende o palco. “Aqui, somos mais que um trabalho musical, SOMOS FAMÍLIA!!!”
Enquanto testemunharam inúmeras formações musicais sucumbirem a “motivos bobos e de ego”, sua união permanece inabalável. O fim da dupla só é concebido por um motivo inevitável: “só vamos terminar quando um de nós se for”. E reafirmam: “vamos até o fim, nada e ninguém vai nos separar nesta Terra”.
Gratidão e Fé como Alicerce: A trajetória é dedicada a pilares fundamentais: sua fé em Jeová Deus e em Jesus Cristo, seus pais (papai e mamãe), sua família e todas as pessoas que os apoiaram e torceram por eles ao longo desses 28 anos.
Um Conselho Sábio para Quem Sonha: Encerrando sua reflexão, Jô e Samuel deixam um conselho valioso, fruto de sua experiência única, para aspirantes à carreira musical:
- Sucesso não é Sinônimo de Fama Nacional: “Não precisa fazer sucesso a nível nacional pra ser sucesso.”
- Foco e Respeito: “Vc consegue conquistar tudo que vc sonhou, se vc tiver foco e respeito pelo seu trabalho e seu público.”
- Ética e Humildade: “Não inveje, seja bom e respeitoso com todos, não queira passar por cima.”
- Dedicação e Gratidão: “Faça todos tipos de trabalhos sem distinção, ame o que vc faz e tenha gratidão.”
- Valorize e Aprenda: “Valorize o que vc tem e escute os conselhos de quem venceu na música, na vida e coloque em prática.”
- Humildade como Virtude Máxima: “Seja humilde, pois o maior homem que esteve na terra, era filho de Deus, e ele deu sua vida por vc.”
A história de Jô e Samuel de Barra Mansa é mais do que uma carreira musical de sucesso regional. É uma epopeia de irmandade, fé inabalável, trabalho árduo com os pés no chão de sua comunidade e uma profunda lição de que o verdadeiro sucesso se mede pela consistência, pelos valores preservados e pelo amor que sustenta a jornada, longe dos holofotes nacionais, mas brilhando intensamente no lugar que escolheram chamar de casa. São 28 anos provando que, com união familiar, respeito e humildade, é possível construir uma trajetória não apenas duradoura, mas verdadeiramente significativa.